quinta-feira, 12 de setembro de 2013

[CELULAR NO PRESÍDIO] - Juiz pede esclarecimento do Presídio Regional de Joinville sobre falha no bloqueio de sinal de celular

AN
Roelton Maciel

Diretor do Deap explica que equipamento depende de calibragem constante

Bloqueador impede que chamadas sejam feitas e recebidasFoto: Salmo Duarte / Agencia RBS
O funcionamento do aparelho bloqueador de sinal de celular instalado desde o fim do ano passado no Presídio Regional de Joinville foi colocado em xeque pelo juiz da Vara de Execução Penal, João Marcos Buch. Em visita à unidade há uma semana, Buch notou que seu celular pessoal indicava sinal de área em alguns pontos do presídio.


Para se certificar do que havia acontecido, o juiz intimou a direção do Presídio Regional a apresentar esclarecimentos sobre a operacionalidade do equipamento. O serviço é mantido por meio de um contrato de locação, que obriga a empresa fornecedora a deixar o aparelho sempre em plenas condições de bloquear o sinal dos celulares.

— Eu acreditava que, realmente, os sinais estavam todos bloqueados. A defesa que se faz desse equipamento é a de que ele é inteligente, capaz de direcionar pontos específicos de bloqueio e de operadoras, mas não é o que está se vendo — aponta.

A escolha pelo contrato de locação, que exige mais de R$ 70 mil mensais dos cofres do Estado, chegou a ser questionada por João Marcos Buch. O caso resultou em denúncia do Ministério Público e corre na Justiça da Capital, mas ainda não há decisão favorável ou contrária à anulação do contrato.

Dependendo da resposta da direção do presídio, adianta o juiz, um novo ofício poderá ser enviado ao Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) cobrando providências da empresa prestadora do serviço.

Nas escutas telefônicas da investigação que garantiu a condenação de sete pessoas acusadas de envolvimento com o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) em Joinville, a polícia interceptou uma conversa de um homem que estaria no Presídio Regional de Joinville. O contato ocorreu dia 31 de janeiro — o bloqueador já estava instalado desde dezembro.

No diálogo, o homem afirma que "aqui é melhor da Oi", referindo-se ao sinal da operadora. O sinal da Tim, conforme mencionado no diálogo, em alguns dias ficava "noiadão" por causa do bloqueador.

Contraponto

O diretor do Deap, Leandro Antônio Soares Lima, afirmou nesta quinta à reportagem que o funcionamento do bloqueador de sinal está 100% estabelecido no Presídio Regional de Joinville.

A operacionalidade do equipamento, diz Leandro, é sensível e depende de calibragem constante. Conforme o diretor, testes ocorreram na semana passada e garantiram o bloqueio dos sinais de celulares.

O problema constatado na semana passada, completa, foi pontual e não seria recorrente. Ainda segundo Leandro, a empresa prestadora do serviço corresponde sempre que solicitada a mexer no aparelho.

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