terça-feira, 17 de setembro de 2013

[FALTA DE SEGURANÇA] - Comerciantes da zona Sul de Joinville reclamam da falta de segurança

Notícias do Dia
Aldo Urban

Problema principal são os constantes furtos e assaltos. Polícias Civil e Militar têm falta de efetivo e equipamento

No bairro Itinga, atendimento em loja é feito com porta fechada por grades (Foto: Rogério Souza / ND)
Há dois meses um grupo de comerciantes do bairro Itinga, na zona Sul de Joinville, promoveu um protesto para chamar a atenção para os furtos e assaltos na região. Ouvidos na época, representantes das polícias Militar e Civil afirmaram que as corporações fazem o que é possível, mas têm a atuação limitada pela falta de efetivo e equipamento. Ontem, a reportagem do ND voltou à região da rua Waldemiro José Borges para ouvir a comunidade. A situação de insegurança continua.

“A gente trabalha com medo. Os assaltos à mão armada fazem parte do nosso dia a dia. A Polícia Militar pouco passa em ronda por aqui e, apesar de estarmos praticamente ao lado de uma delegacia (8o DP), não há efetivo suficiente nem viaturas”, resume a balconista Juciléia Portela da Luz, 25 anos. A panificadora onde Juciléia trabalha há três anos foi assaltada dez vezes neste período. “Todos os nossos funcionários já sofreram pelo menos um assalto. A gente se cuida, trabalha sempre desconfiando, mas é difícil evitar e mais ainda conviver com os assaltos”, desabafa. 


Outros comerciantes relatam a mesma situação. A empresária Valnédia Dardetie Steckert, 62, dona de uma loja de roupas, adotou um atendimento restrito, com grades nas portas. “A gente só abre as grades para clientes conhecidos. Não dá para trabalhar com as grades abertas, o medo dos assaltantes é grande”, revela a comerciante. 


Valnédia lembra de uma das ações, em janeiro, na qual ficou com uma arma apontada na cabeça durante o roubo. “A gente não vê polícia por aqui. Vieram quando saiu aquela matéria (em 9 de julho), depois não voltaram mais”, pontua. “Tenho medo de trabalhar”, resume. 


Na farmácia ao lado da panificadora e da loja de roupas o problema é o mesmo. “A gente sabe do trabalho significativo que alguns policiais têm feito por nós. A delegacia já contribuiu para termos mais segurança, mas falta efetivo. Falta viatura tanto para a Militar quanto para a Civil. Eles não conseguem trabalhar e nos proteger como deveriam”, diz a farmacêutica Dorizete Tamanini. “Não adianta grade e câmeras de monitoramento. Os ladrões entram aqui na cara limpa, muitas vezes fogem a pé porque sabem que não vai acontecer nada com eles”, diz.
Latrocínio
“Quando eles chegam não tem o que fazer. Não dá pra reagir, senão a gente acaba morrendo”, comenta a funcionária de uma loja próxima à panificadora, que com medo prefere não ser identificada. Ela lembra do latrocínio registrado em 13 de março no bairro Fátima, quando o comerciante Antônio Possenti, 76 anos, foi assassinado durante um assalto. 


Na rua Fátima, o crime provocou protestos na época. Segundo lojistas, a situação de insegurança continua. “Tem pouca ronda da Polícia Militar aqui. Quando há, a gente quase não vê eles fazerem abordagens. O efetivo é baixo, o que tem contribuído para os assaltos”, comenta um empresário que prefere não se identificar. Há três semanas, o local foi arrombado. “Foi de madrugada, tentaram arrombar a porta e uma janela de ferro. Por fim, acabaram quebrando uma parede para entrar”, lembrou.
Efetivo e equipamento restrito
“Estamos com um grande déficit de viaturas e policiais. A gente espera reestruturar o policiamento a partir da chegada de novas viaturas no final de outubro. Nesta segunda (16) o batalhão operou com 12 viaturas. Vamos tentar intensificar o policiamento nestas áreas”, diz o tenente-coronel Sandro Maurício Zacchi, comandante do 17º Batalhão de Polícia Milita. “Estamos conversando com o comandante do 8º BPM para fazermos operações conjuntas para melhorar o policiamento”, explica Zacchi.
Delegacia sem delegado
“Esta semana estou em curso, na Capital, enquanto isso não há delegado lá”, explica o delegado Fábio Estuqui, titular da 8a Delegacia de Polícia Civil de Joinville. “Na minha equipe também não há escrivão. Trabalham eu e mais cinco agentes, um está de atestado. Os furtos, arrombamentos, assaltos e homicídio cresceram muito na minha área de atuação, que também engloba os bairros Paranaguamirim, Petrópolis e Boehmerwald. Se tivesse mais efetivo, nosso desempenho seria melhor”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO !

ACOMPANHE JOINVILLE AO VIVO !

Escolha o Idioma