terça-feira, 24 de setembro de 2013

[CHUVAS] - Saiba quais fatores ajudaram Joinville a evitar os alagamentos

AN
Leandro S. Junges

Reportagem de 'A Notícia' ouviu três especialistas no assunto nesta segunda-feira


Prefeitura mudou o estado de alerta para o de atençãoFoto: Rogerio da Silva / Secom,Joinville

O volume menor de chuva, a maré baixa, o trabalho de limpeza de valas e pequenos braços de rios nos últimos anos e algumas medidas de prevenção, como o levantamento de terrenos em áreas alagadiças são os quatro fatores que ajudam a explicar porque Joinville não sofreu tanto com os alagamentos ocorridos no fim de semana e que castigaram outras cidades no Estado, principamente no Planalto Norte e no Vale do Itajaí.

A análise é de três especialistas do setor ouvidos por "AN": o ex-reitor da Univille e responsável pela estação meteorológica da instituição, Paulo Ivo Keontopp; a engenheira civil Wivian Nereida Silveira, que é uma das maiores autoridades quando o assunto é enchentes na região; e o coordenador operacional da Defesa Civil de Joinville, Márnio Luiz Pereira. 

Embora possa parecer obvio que a soma destes fatores resulte em menos alagamentos, não é tão simples assim.

— Nas áreas como o Jativoca, o Vila nova, o Morro do Meio e a estrada Anaburgo, há registros de alagamentos desde 1852 — diz Wivian, lembrando que, mesmo havendo uma série de medidas, o volume de chuvas e as condições hídricas da cidade fazem com que haja sempre um risco de ocorrer enchentes.

A abordagem do ex-reitor da Univile é parecida. Segundo ele, a cidade vive um risco permanente de alagamentos.

— O que houve, desta vez, é que o foco de maior intensidade não foi em Joinville — diz Koentopp, que lidera um trabalho de ampliação da rede de estações meteorológicas no Norte do Estado, que vai permitir um melhor acompanhamento dos fenômenos climáticos.

Considerando as médias das estações meteorológicas espalhadas pela cidade, choveu pouco mais de 140mm nos três dias em Joinville. Embora seja alto se comparado às médias histórias mensais — que giram em torno de 100mm — é um volume bem abaixo de duas das maiores enchentes ocorridas na cidade, em novembro de 2008 e janeiro de 2010, quando os índices mensais chegaram a 900mm e 600mm.

— Estamos ampliando o número de estações, organizando uma rede local e regional, que fecharia ainda mais a malha e aumentaria o percentual de previsibilidade para a região de Joinville — diz.

Para o coordenador da Defesa Civil e a engenheira, o trabalho de prevenção e o sistema de alertas emitidos com antecedência ajudam muito a evitar problemas mais sérios. 

— Foi muito importante o trabalho de prevenção. Sem ele, teríamos mais problemas — diz Márnio.

— Embora o volume de chuva não tenha sido tão intenso, o sistema de alerta, os comunicados da Defesa Civil já demonstraram um avanço. A população está mais prevenida — afirma Wivian.

Os três concordam que as medidas de prevenção como a limpeza dos rios, a educação ambiental — que evita o acúmulo de lixo e detritos que impedem o escoamento de esgotos — e até o aterramento de terrenos onde há residências em risco ajudam a impedir os efeitos mais devastadores dos alagmentos.

Nos últimos anos, houve trabalho de limpeza e macrodrenagem em vários rios da cidade, especialmente nos trechos que cortam áreas urbanizadas. 

— Essas medidas de prevenção têm de ser permanentes, contínuas — diz Wivian.

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