quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Fotógrafo descreve cena do crime na zona Sul de Joinville

AN

Salmo Duarte chegou sozinho ao Ulysses Guimarães quando o Samu ainda atendia a vítima



O repórter fotográfico Salmo Duarte, do A Notícia, recebeu nesta terça-feira uma ligação avisando de um homicídio na zona Sul de Joinville. Estava sem repórter, mas seguiu para a cena do crime mesmo assim, sozinho. 

Lá, garantiu um flagrante triste. Viu o corpo do homem morto e também o desespero da mulher e do pai da vítima. Fez muitos cliques. Muitos impublicáveis. Mas registrou a dor e a comoção da família e da comunidade. Abaixo, o depoimento dele, logo após voltar daquilo que seria apenas mais uma pauta.

"Quando recebi a ligação sobre mais um homicídio na zona Sul, fui direto para o local. Cheguei sozinho, sem repórter, e só sabia que um homem havia sido morto. Lá, vi uma família toda destruída.


A mulher, o pai, os vizinhos, todos muito desesperados, parecendo não acreditar no que viam, em plena luz do dia, na frente de casa. Alguém disse que ouviu o barulho, achou que eram fogos de artifício. Na verdade, eram oito tiros.

A comunidade do local é muito carente. Mas o que me impressionou mesmo foi o silêncio. Ninguém tinha visto nada. Ninguém conhecia ninguém. Percebi que ninguém falaria comigo.

Descobri só depois que o homem era pai de quatro filhos. E, apesar de já ter fotografado muitos outros homicídios, senti ali um pesar diferente. Um homem, aparentemente inocente, morto, ali na minha frente. Foi diferente. Fiz o que pude para registrar o momento. Mas nunca conseguirei descrever ou demostrar numa foto aquela cena de imensa tristeza".

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