sábado, 15 de junho de 2013

JULGAMENTO DOS ATENTADOS SC - Réus de processo sobre atentados em SC se reconhecem nas escutas telefônicas

AN
por Schirlei Alves

Duranta audiência em Joinville, eles admitiram que receberam telefonemas e mensagens sobre os ataques, mas negaram participação

                                                                                     Léo Munhoz / Agência RBS

A perícia de voz dos réus denunciados no processo que investiga a série de atentados a ônibus e bases policiais em Joinville foi dispensada pelas defesas, já que a maioria deles se reconheceu nas interceptações telefônicas. Contudo, todos negaram participação nos crimes. 

Apenas o réu Fábio Wress disse não se lembrar das ligações apresentadas a ele durante a audiência. Ele alegou em depoimento que a interpretação das ligações feita pela polícia estaria equivocada. 

Os réus Antônio Rubens dos Reis, o Bacharel, e Carlos Jardel Correa, o Badalo, justificaram que, em certos momentos, precisaram demonstrar que estavam atuando em favor da facção Primeiro Grupo Catarinense (PGC) para não sofrerem represálias.

Os dois passaram pela Penitenciária São Pedro de Alcântara e confirmaram terem recebido ligações relacionadas aos atentados, porém não teriam tomado partido em favor dos crimes. 

— Muitas vezes, eles te ligam e você tem que mostrar aparência. Se me pedem alguma coisa, eu digo que vou fazer, mas dou uma enrolada e não faço —, argumentou Badalo. 

O réu Ademir de Borba, conhecido por Gordinho, confirmou que recebeu um torpedo com a mensagem "salve", que significa o aval para iniciar os atentados. Porém, disse que não repassou a mensagem para frente. 

Ordens por meio de mensagens

O denunciado Gilmar dos Santos, o Mazinho, que caiu nas interceptações como interlocutor, segundo a investigação, teria dado a ordem para iniciarem os ataques por meio de uma mensagem, do Presídio de Blumenau, onde estava detido. Ele confirmou apenas que havia um celular no sistema prisional e que utilizava o aparelho para fazer contato com a família. Os demais réus no processo são Rafael de Oliveira e Maicon Vidal de Bonfim. 

Um dos questionamentos feitos pelo juiz da 2ª Vara Criminal, Gustavo Henrique Aracheski, foi com relação a uma escuta telefônica na qual os réus combinam uma reunião, no dia 31 de janeiro, às vésperas dos atentados em Joinville. Todos justificaram se tratar de um churrasco ou futebol. Alguns relataram não se lembrar da ocasião.

Além dos réus, o delegado responsável pela investigação, Adriano Bini, e um policial militar prestaram depoimento. O delegado confirmou em seu depoimento que todos os denunciados são integrantes do PGC e articularam os atentados na região. 

No fim da audiência, os advogados de defesa pediram revogação da prisão preventiva dos réus, que foi negada pelo juiz. De acordo com Aracheski, a manutenção da prisão se faz necessária até que as provas sejam analisadas por completo.

Próximo passo

O Ministério Público recebeu o prazo de cinco dias para apresentar as alegações finais. Após a manifestação do MP, as defesas têm mais oito dias para fazer as últimas alegações. Após esse prazo, a sentença pode sair no prazo mínimo de 15 dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO !

ACOMPANHE JOINVILLE AO VIVO !

Escolha o Idioma