Parque da Cidade sofre com o vandalismo e a falta de manutenção

Notícias do Dia
Cláudio Costa

Inaugurado há um ano e sete meses, o espaço custou mais de R$ 4 milhões

                                                                                                            Carlos Júnior / ND

No banheiro do setor Sambaqui, paredes foram pichadas, divisórias foram arrancadas e demais equipamentos foram danificados

Local escuro com forte cheiro peculiar de drogas, sobretudo maconha, ocupado por grupos de jovem; a maioria bebe álcool, despreocupada. Paredes do que era para ser uma lanchonete – e que nunca funcionou – estão pichadas. Banheiros sujos e destruídos por vândalos. Este é o cenário de parte do setor Samba­qui, do Parque da Cidade, entre os bairros Guanabara e Bucarein, que sobrevive ao descaso. Inaugurado há um ano e sete meses, o espaço que era um sonho da comunidade custou mais de R$ 4 milhões, hoje pare­ce relegado ao abandono pelo poder público.

Os próprios usuários do parque apontam a ne­cessidade de manutenção das construções e equi­pamentos. As lanchonetes ainda não funcionam, mesmo assim é comum ver barraquinha de lanches no entorno do parque, suprindo uma demanda pelo serviço que nunca existiu; o local onde deve­ria funcionar uma das lanchonetes está arrombado. Marcas escuras nas paredes mostram que alguém incendiou parte da estrutura.

Ao lado, nos banheiros, a ação de vândalos é ain­da mais evidente. Portas também estão estouradas e, se não bastassem pichações nas paredes, as pias estão destruídas, torneiras foram arrancadas e nem as divisões de granito entre os sanitários ficaram em pé. Nas janelas também não há vidros; muito menos espelhos nas paredes. Até o mictório e vasos sanitários estão quebrados.

Do lado de fora, a mesma desolação. O mirante, um dos pontos mais bonitos do parque, também tem seus problemas. A estrutura vem se deteriorando com o tempo. Partes dos degraus de madeiras estão quebradas. “Quando a gente não tinha, ficavam cri­ticando. Agora que temos parque, a comunidade não cuida. É um absurdo esta situação. Há algum tempo havia guardas aqui. Agora não mais. Aí tem gente que aproveita para destruir tudo”, avalia Delerson Vieira de Brito, 26 anos. Na sexta-feira ele aproveita o par­que com a namorada, Maira Carolina de Jesus, 19. “É uma pena ver que o poder público não está cuidando deste patrimônio”, completa a estudante.

Medo de subir no mirante

 Nos outros dois setores do parque, Guanabara e Bucarein, também há rastro de vandalismo como paredes pichadas e telas de quadras cortadas. “Desde sua criação o Parque da Cidade foi muito aceito pela comunidade, tanto é que é difícil passar pelo local e encontrar a estrutura vazia”, observa a professora Lílian Nascimento, 43, que vai ao parque com os três filhos. Ela acrescenta que o local é um bem público que todos precisam conservar. “A Prefeitura, a Polícia Militar, o Ittran tem que pensar uma forma de garantir a preservação de tudo isso. Quem sabe uma base da PM aqui não resolva, uma campanha de conscientização e mais monitoramento?”, sugere.

Banheiro só das 8h às 17h

 Por meio de nota, a Prefeitura informou que a situação dos banheiros no Setor Sambaqui será revista e que a Coordenação de Praças e Jardins do Ittran (Instituto de Trânsito e Transporte de Joinville) vai instalar uma porta metálica no acesso principal aos banheiros. “A requisição para a compra desta porta já está no setor de compras do Ittran. Só após a instalação da porta metálica é que o instituto fará a manutenção e troca dos equipamentos sanitários danificados”, esclarece.

Desta forma, os banheiros ficarão abertos no mesmo período do Setor Guanabara, das 8 às 17h. Depois deste horário, o acesso será fechado para impedir vandalismo. O Ittran também estuda instalar nos banheiros sistema de iluminação por fotossensores para inibir ainda mais a ação de vândalos.

A Coordenação de Praças e Jardins também informa que há uma câmara de vigilância speed dome (campo visual de 360 graus), que já funciona no mirante do Sambaqui. Outras câmeras de vigilância serão instaladas no Parque da Cidade pela Polícia Militar dentro do programa de vigilância, que prevê 100 novos equipamentos para Joinville. Brinquedos estragados no parque infantil também devem ser substituídos.