quinta-feira, 25 de julho de 2013

Condenados por crimes considerados leves têm a chance de cumprir a pena com trabalhos comunitários em Joinville

AN

História de jovem que recebeu uma segunda chance revela superação

Com vontade de mudar de vida, Edson Machado encontrou ajuda na Paróquia Senhor Bom Jesus, no bairro Aventureiro, onde faz diferentes serviçosFoto: Salmo Duarte / Agencia RBS
A história de vida de Edson Rodrigo Machado, 26 anos, por muito tempo seguiu o rumo de quem ainda contaria os dias atrás das grades. Foi no auge da juventude que ele passou a querer viver arriscadas experiências, caiu nas drogas, perdeu o apoio da família e se tornou mais um nas ruas de Joinville.

Do vício em crack para o crime foi só um passo. Edson conheceu as algemas após roubar uma bicicleta. Passou duas semanas na prisão. Mas um apoio muito bem-vindo e uma segunda chance na Justiça permitiram que ele trilhasse um novo caminho.

— Sem o processo de recuperação eu não conseguiriaa largar a droga. Percebi que era hora de pedir ajuda — lembra.

A internação veio no ano passado, numa fazenda de orientação católica em Garuva. Mais tarde, em condições melhores de enfrentar a dependência química, foi convidado pelo padre Ivam Macieski para trabalhar na contabilidade da diocese de Joinville.

A relação de trabalho e fé ficou ainda mais completa quando Edson teve a oportunidade de cumprir com serviços comunitários a sentença imposta pelo roubo da bicicleta. Parte das 850 horas a serem justificadas ele passou a preencher em atividades na Paróquia Senhor Bom Jesus, do bairro Aventureiro. Na igreja, Edson tornou-se uma espécie de “faz-tudo”: ajuda na limpeza, na decoração de festas e nas aulas de catequese.

— Sou uma nova pessoa. Se estivesse preso, só continuaria aprendendo com o crime — reflete.

O trabalho de Edson é acompanhado pela Central de Penas e Medidas Alternativas, instalada em Joinville desde outubro do ano passado. A central é ligada ao Judiciário, além do Ministério Público e da Secretaria do Estado da Justiça e Cidadania. Só têm direito à pena alternativa os réus acusados por crimes de menor potencial ofensivo, como delitos de trânsito.

Pelo menos 55 casos por mês são avaliados

Assim como Edson Machado, outras 525 pessoas já passaram pela Central de Penas e Medidas Alternativas em Joinville até junho. Em média, a central recebe 55 novos casos por mês.

A previsão é de que até o fim do ano cerca de 860 processos sejam acompanhados na central. Além de fiscalizar o cumprimento da pena em serviços, o grupo avalia quando há necessidade de atendimentos psicológicos, avaliação psiquiátrica ou tratamento para dependência química, por exemplo. É também na Central de Penas que se decide onde cada réu beneficiado deverá atuar.

— É verificado o perfil de cada pessoa. É importante que a pessoa se mantenha na sociedade — destaca a psicóloga Édina Acordi, coordenadora da central.

Instituições interessadas no trabalho de quem cumpre pena alternativa podem entrar em contato pelo (47) 3422-9346.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO !

ACOMPANHE JOINVILLE AO VIVO !

Escolha o Idioma