Roelton Maciel
Diretor do Deap explica que equipamento depende de calibragem constante
Bloqueador impede que chamadas sejam feitas e recebidasFoto: Salmo Duarte / Agencia RBS
O funcionamento do aparelho bloqueador de sinal de celular instalado desde o fim do ano passado no Presídio Regional de Joinville foi colocado em xeque pelo juiz da Vara de Execução Penal, João Marcos Buch. Em visita à unidade há uma semana, Buch notou que seu celular pessoal indicava sinal de área em alguns pontos do presídio.
Para se certificar do que havia acontecido, o juiz intimou a direção do Presídio Regional a apresentar esclarecimentos sobre a operacionalidade do equipamento. O serviço é mantido por meio de um contrato de locação, que obriga a empresa fornecedora a deixar o aparelho sempre em plenas condições de bloquear o sinal dos celulares.
— Eu acreditava que, realmente, os sinais estavam todos bloqueados. A defesa que se faz desse equipamento é a de que ele é inteligente, capaz de direcionar pontos específicos de bloqueio e de operadoras, mas não é o que está se vendo — aponta.
A escolha pelo contrato de locação, que exige mais de R$ 70 mil mensais dos cofres do Estado, chegou a ser questionada por João Marcos Buch. O caso resultou em denúncia do Ministério Público e corre na Justiça da Capital, mas ainda não há decisão favorável ou contrária à anulação do contrato.
Dependendo da resposta da direção do presídio, adianta o juiz, um novo ofício poderá ser enviado ao Departamento Estadual de Administração Prisional (Deap) cobrando providências da empresa prestadora do serviço.
Nas escutas telefônicas da investigação que garantiu a condenação de sete pessoas acusadas de envolvimento com o Primeiro Grupo Catarinense (PGC) em Joinville, a polícia interceptou uma conversa de um homem que estaria no Presídio Regional de Joinville. O contato ocorreu dia 31 de janeiro — o bloqueador já estava instalado desde dezembro.
No diálogo, o homem afirma que "aqui é melhor da Oi", referindo-se ao sinal da operadora. O sinal da Tim, conforme mencionado no diálogo, em alguns dias ficava "noiadão" por causa do bloqueador.
Contraponto
O diretor do Deap, Leandro Antônio Soares Lima, afirmou nesta quinta à reportagem que o funcionamento do bloqueador de sinal está 100% estabelecido no Presídio Regional de Joinville.
A operacionalidade do equipamento, diz Leandro, é sensível e depende de calibragem constante. Conforme o diretor, testes ocorreram na semana passada e garantiram o bloqueio dos sinais de celulares.
O problema constatado na semana passada, completa, foi pontual e não seria recorrente. Ainda segundo Leandro, a empresa prestadora do serviço corresponde sempre que solicitada a mexer no aparelho.
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