Trabalhadores de Joinville se envolveram no ano passado em 5.497 acidentes de trabalho, segundo dados do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), sendo 343 classificados como graves e 107 envolvendo crianças e adolescentes.
O número de óbitos também chama a atenção para o assunto: 53 trabalhadores morreram em Joinville devido a acidentes de trabalho do ano passado até março de 2013.
Os dados foram revelados durante a Semana da Segurança e Saúde no Trabalho, que o Cerest promoveu entre os dias 29 de abril e 3 de maio nas 55 Unidades Básicas de Saúde, em função da passagem do Dia do Trabalho em 1º de maio, como forma de sensibilizar a comunidade sobre a saúde e segurança nos ambientes e processos de trabalho.
“A meta é fazer a prevenção dos agravos ocupacionais, promoção da saúde e qualidade de vida”, explica Rúbia Kruger Pereira, fisioterapeuta do Cerest.
De acordo com ela, a estatística elevada se deve ao trabalho incessante de notificação dos acidentes pelas Unidades Sentinelas de Joinville, formadas por hospitais e pronto-atendimentos, já que anteriormente muitos acidentes de trabalho não chegavam ao conhecimento dos órgãos responsáveis.
Rúbia Pereira destaca que, diferentemente do que se imagina, o setor de construção civil não é o que lidera as estatísticas de acidentes de trabalho. Conforme o Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação), do Ministério da Saúde, os acidentes relacionados ao trabalho nos últimos anos atingiram mais os ramos metal mecânico, comércio e plástico. “O comércio normalmente figura entre os primeiros por gerar muitos acidentes por trabalho repetitivo, estresse, doenças ocupacionais e acidentes de trajeto”, relata a fisioterapeuta do Cerest.
Rúbia orienta que o paciente sempre deve relatar se o acidente estiver relacionado ao trabalho para que a ocorrência gere uma notificação. “O objetivo da notificação é identificar os locais dos acidentes, os ramos de atividades e os processos de trabalho que estão envolvidos. Após analisados os dados realizam-se ações para possíveis intervenções sobre as suas causas e determinantes, pois os acidentes de trabalho são evitáveis e previsíveis”, finaliza.
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