por Cláudio Costa
A portas fechadas, ela reencontrou, pela primeira vez, o agora ex-marido Nercival Cenedezi
Luciano Moraes/ND
Um ano e meio depois de ser capturada, Margarete Marcondes volta a Joinville para audiência
Abatida, chorando muito e declarando arrependimento. Foi com este semblante que a doceira acusada de tentar matar o marido a golpes de pau de macarrão, na casa onde moravam, no bairro Floresta, em Joinville, e ainda envenenar quatro adolescentes em Curitiba, em março do ano passado, chegou ao Fórum de Joinville na tarde desta sexta-feira (3), para a primeira audiência do processo criminal que responde em Joinville. Margarete Aparecida Marcondes, 46 anos, não quis falar com a imprensa. Ela também não depôs, apenas acompanhou parte da audiência.
A portas fechadas, na 1ª Vara Criminal de Joinville, ela reencontrou, pela primeira vez, o agora ex-marido Nercival Cenedezi, 49 anos, que também prestou depoimento. O encontro foi pedido pela própria vítima. Em uma conversa rápida, marcada pelo choro da ré, Margarete teria dito a Nercival que não foi ela quem o agrediu. Ele aproveitou para revidar e, conforme testemunha que estavam na audiência, “falar algumas coisas que estavam entaladas em sua garganta desde que se recuperou”.
Ao final da sessão, Nercival contou à imprensa que não é capaz de perdoar o que a ex-companheira fez com ele. “Lembro de pouca coisa daquele dia, mas sei que ela tentou me matar a todo custo. Não dá para perdoar uma pessoa assim, com quem convivi por 12 anos. Vou fazer de tudo para que ela pague pelos crimes que cometeu”, resumiu.
Desde o fim do ano passado, Nercival tenta recomeçar a vida. Após passar meses se recuperando em Curitiba, em novembro ele voltou a Joinville para reassumir a função de chefe de uma oficina. “Além dos 12 anos que vivemos juntos, perdi muito tempo me recuperando das lesões que ela me causou (oito meses). Agora, tô tentando recomeçar minha vida”, disse. Nercival ainda precisa conviver com sequelas, como o comprometimento parcial da audição.
Além da tentativa de homicídio contra o marido, Margarete é acusada de ter enviado uma caixa de brigadeiros com o veneno chumbinho para a adolescente Talita, amiga da família, que estava prestes a completar 15 anos. A acusada havia sido contratada para preparar os doces da festa, mas teria gastado os R$ 7.000 que recebeu como adiantamento e precisava de tempo para conseguir entregar a encomenda. Ela enviou os doces para a vítima, na esperança de que com isto a festa fosse adiada. Além de Talita, três colegas da menina comeram os doces e foram parar no hospital. Todos sobreviveram.
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