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Cursos e palestras fazem parte de projeto de prevenção ao crime
Vira-lata Caju faz exercícios e conquista a atenção em escola
Foto:
Diorgenes Pandini / Agencia RBS
Ao escrever este texto, ficou impossível não imaginar manchetes para o
jornal “A Notícia” nos anos 2020 ou 2030. “Número de assaltos a
comércios no Centro de Joinville diminui 50%” ou “Despenca o número de
arrombamentos em casas”. Já imaginaram que coisa boa seria?
Com a
expectativa de que essas reportagens se tornem realidade e com base em
fatos, dados e orientações, o 8º Batalhão da Polícia Militar criou o
Grupo de Atividades Preventivas e de Conscientização (GAPC) em
Joinville.
O trabalho ainda é de formiguinha, mas tem a ambição
de transformar a cidade em um local mais seguro. Um grupo de oito
policiais faz palestras e conversa com moradores com o objetivo de se
aproximar da comunidade e dar sugestões sobre o que se deve ou não fazer
para evitar a ocorrência de crimes.
A ação foi criada,
principalmente, para atender aos comerciantes. Onde instalar as câmeras
de vigilância? Em que posição o caixa deve ficar na loja? Quais os
cuidados de segurança que devo tomar no bairro em que moro? São dúvidas
frequentes e que, a partir de agora, terão o apoio e a consultoria da
Polícia Militar.
— Com base nas estatísticas da PM feitas a
partir dos números de cada ocorrência nos bairros, podemos interligar as
informações e chegar a um consenso do que é melhor para cada região —
afirma o subtenente Luiz Rogério Leal, coordenador do novo grupo da PM.
Em
resumo, funcionaria desta forma: ao analisar as estatísticas e checar o
principal tipo de ocorrência de cada região, o grupo irá orientar os
moradores sobre os pontos que merecem mais atenção. Por exemplo, no
Centro o problema são os arrombamentos de lojas: câmeras de vigilância,
cadeados e alarmes são opções.
Os policiais vão orientar sobre os
cuidados e como agir nessas ocorrências. Se no América for registrado
um número maior de roubo de carros, é na prevenção desse tipo de crime
que os moradores deverão investir. Com esses primeiros passos, a
expectativa é de que as ações criminosas diminuam, em médio e longo
prazos.
Parcerias com instituições
O
grupo existe há cerca de um mês e atende a associações de moradores e
grupo de comerciantes. Os policiais também fazem palestras em escolas
para crianças e adolescentes. No futuro, vai visitar faculdades.
— Segurança pública não é só assunto de polícia. Tudo passa pela educação — ressalta o subtenente Luiz Rogério.
Com
a equipe estruturada, a intenção agora é buscar o apoio de instituições
e até parcerias. A ideia é levar, além de orientações da PM para
combater a criminalidade, dicas de saúde, de primeiros socorros,
segurança e educação no trânsito e palestras sobre a reintegração dos
presos à sociedade.
— Poderíamos indicar até vagas de emprego. Estamos buscando todos os tipos de parcerias — diz o coordenador do GAPC.
Sem superpoderes, mas com boas dicas
A
presença da Polícia Militar na Escola Adventista, em Joinville, foi
esperada com ansiedade pelas crianças entre cinco e sete anos, com quem
os policiais do GAPC iriam conversar. Os pequenos estão trabalhando o
Projeto Heróis de Verdade, que são aqueles personagens da vida real que
não precisam de capas e nem de superpoderes para ajudar o próximo. Neste
tema se encaixam os policiais, os bombeiros e os socorristas, como
lembrou a diretora Odete Garcia Pasold.
Bem diferente do público
de adultos preocupados com ocorrências como assaltos, roubos e até
mortes, na escola, os policiais responderam a perguntas como “para que
serve o giroflex?” ; “criança pode ligar para o 190?” ; e “quantos
carros a polícia tem?”. Embora a turminha seja bem nova, a PM acredita
que o trabalho tem resultado.
— É nesta fase que eles entendem melhor as informações — ressalta o subtenente Luiz Rogério Leal.
O
subtenente explicou que, em uma situação de emergência, se for uma
briga em casa, na rua, na escola, ou se a criança vir um roubo, ela
deve, sim, ligar para a polícia. Mas enfatizou que os trotes podem
atrapalhar a atuação da polícia e dos bombeiros.
Depois de dicas
no trânsito (sempre orientar os pais a usar cinto de segurança) e a
orientação de não aceitar nada de estranhos, veio a parte mais divertida
para a criançada. Caju, a vira-lata que ajuda a polícia nas palestras
do Proerd, participou do encontro. A garotada ficou maravilhada. A
presença de Caju não tinha só o objetivo de divertir os alunos. Cuidados
e respeito com os animais foram enfatizados. A mascote Caju foi
encontrada na rua e tratada pelo policial Rolf Wolfgang Hendel.
Após
a teoria, veio a hora de colocar as lições em prática. Com o apoio e
olhos bem abertos dos professores e da polícia, os alunos foram para a
rua. Na faixa de segurança, os cuidados são olhar para todos os lados e
levantar o braço direito para alertar o motorista na hora da travessia.
—
O mais interessante de tudo é que as crianças irão levar todas as
informações para casa. Tenho certeza disso. Será um ciclo de
aprendizado — comemora a diretora.
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