Leandro S. Junges e Roelton Maciel
O pedido de liminar da ação pode ser avaliado a qualquer momento por um desembargador
Empresário é suspeito de golpe na cidade
Foto:
Diorgenes Pandini / Agencia RBS
Os dois advogados que pediram a liberdade de Marcos Antônio de Queiroz
ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina aguardam um contato da família
dele para dar continuidade à defesa do empresário que está preso desde a
semana passada no Presídio Regional de Joinville. Sem uma linha para
conduzir a defesa, os dois profissionais disseram nesta segunda-feira
que a estratégia vai depender do próprio Queiroz e de sua família.
Segundo
Fernando Blank, que acompanhou o depoimento de Queiroz com o colega
Tiago dos Santos, não há notícias da mulher ou de pais ou irmãos do
empresário.
— Ele está sozinho aí em Joinville. Precisamos desse
contato para dar continuidade ao trabalho. Só acompanhamos o depoimento e
pedimos o habeas corpus — disse Blank.
A permanência ou não de
Marcos Antônio de Queiroz no Presídio Regional de Joinville depende de
um parecer do Tribunal de Justiça, em Florianópolis. O pedido de liminar
da ação, que requisita a libertação do acusado, pode ser avaliado a
qualquer momento por um desembargador do TJ-SC. Até a noite desta
segunda, nenhuma decisão havia sido divulgada. Marcos Queiroz está preso
há seis dias.
Em contato com
a reportagem, o advogado Tiago dos Santos afirmou que a movimentação de
defesa, por enquanto, está focada apenas na tentativa de libertar
Queiroz. Ainda não há certeza, segundo Tiago, se a responsabilidade
pelas ações cíveis e criminais contra ele não ficará a cargo de outros
advogados.
— Conversamos sobre as possíveis consequências que a
situação ainda terá e lançamos nossa proposta de trabalho. Mas é
diferente quando o envolvido e a família não estão próximos. Eles podem
optar por um advogado da cidade — diz Tiago.
Saques, o estopim
Na avaliação dos advogados, a onda de saques nas duas lojas de material de construção
mantidas por Marcos Queiroz em Joinville, no dia 2 de agosto, tornou
mais difícil uma solução para o caso. O advogado entende que, se as
lojas ainda estivessem em funcionamento (ambas foram depredadas), elas
poderiam servir de garantia de ressarcimento numa eventual decisão
judicial.
— Caso confirmado o dano, elas poderiam ser geridas por
uma associação em favor das vítimas, por exemplo. Depois do que
aconteceu, a situação ficou impraticável — conclui.
Defensoria Pública
A
Defensoria Pública Estadual tem uma reunião marcada para esta
terça-feira, às 9 horas, com pessoas que compraram apartamentos dos seis
empreendimentos vendidos na planta por Marcos Queiroz em Joinville.
Defensores públicos vão ajuizar uma ação coletiva em defesa dos clientes
lesados.
Conclusão do inquérito
A
Polícia Civil de Joinville deve enviar à Justiça ainda esta semana os
processos envolvendo o empresário Marcos Antônio de Queiroz, suspeito de
uma série de estelionatos na cidade e preso na semana passada, em
Indaiatuba, no interior de São Paulo. A informação é do delegado Adriano
Boni, um dos quatro responsáveis pelos inquéritos envolvendo o
empresário.
Queiroz é acusado de ser responsável por um golpe que pode chegar a R$ 10 milhões.
Segundo a Polícia Civil, há pelo menos 600 vítimas. Nas três
investigações paralelas, já apareceu a venda de 324 apartamentos. Os
imóveis foram vendidos sem que o Grupo Queiroz tivesse autorizações
legais — alvarás e licenciamentos — para as construções. Ou seja, mesmo
que fossem quitados e que houvesse dinheiro para fazer os
empreendimentos, o grupo não tinha autorização legal para dar sequência
aos investimentos e entregar os apartamentos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
DEIXE AQUI O SEU COMENTÁRIO !