Autoridades cobram responsabilidade de casas noturnas e empresários alegam sofrer represálias na noite
Representantes da Segurança Pública e empresários de casas noturnas foram convocados para a reuniãoFoto: Sabrina Seibel / Câmara de Vereadores / Divulgação
Em reunião na Câmara de Vereadores, na tarde desta quinta-feira, empresários da noite e de empresas de segurança discutiram com autoridades de Segurança Pública ações que podem melhorar a fiscalização dentro das baladas, a fim de coibir o tráfico de drogas, principalmente as sintéticas.
A morte de uma adolescente de 17 anos, no início do mês, por suspeita de overdose, e a reportagem de "AN" que flagrou a facilidade com que a compra e venda de entorpecentes ocorre nesses ambientes motivaram a discussão.
Os representantes da Segurança cobraram iniciativa dos empresários em denunciar situações suspeitas dentro de suas casas. "É um dever e obrigação de vocês denunciar e chamar a polícia", alertou Dirceu Silveira Júnior, delegado regional da Polícia Civil.
Em defesa, os empresários disseram que denunciam na medida do possível, mas sofrem represálias. "O segurança tem medo de ter o nome identificado no uniforme, por exemplo. Ele diz que se pegar alguém, pode ser vítima de agressão lá fora", comentou um empresário.
O proprietário de uma empresa de segurança justificou que a equipe tem dificuldade em flagrar o tráfico, pois tudo ocorre sutilmente - diferente do que foi constatado pela reportagem em baladas que fiscalizou no último final de semana.
O tenente-coronel Eduardo Luiz do Valles questionou ainda se - os seguranças correm o risco de serem coniventes por ameaça ou sedução (corrupção) -.
Outro fator que prejudica as festas organizadas, de acordo com os empresários, são as festas clandestinas conhecidas por "raves". De acordo os sócio proprietários, as raves chegam a atrair cerca de 40% do público da casa por oferecerem ingressos e bebidas à um valor mais acessível e facilidade no consumo de drogas. Além de se preocupar com a perda de clientes, eles também garantem que são ameaçados pelos organizadores das festas proibidas.
A orientação da polícia é para que o tráfico e as festas proibidas sejam denunciadas por meio do anonimato. Dessa forma, o denunciante se protege e a polícia pode chegar aos suspeitos e flagrar ações ilícitas.
Reflexos da reunião
A Comissão de Participação Popular e Cidadania da Câmara de Vereadores, pretende convocar a Polícia Federal - responsável pela fiscalização das empresas de segurança - para uma audiência nos próximos dias. A intenção é discutir como funciona a avalição do órgão e se há fiscalização durante as festas.
Os vereadores também pretendem discutir a possibilidade de criar uma nova emenda na lei complementar do município que institui o código de posturas, que obrigue as casas noturnas com público superior a 300 pessoas, a disponibilizar uma ambulância privada com médico de plantão até o final da festa.
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