Mesmo em vigor há dois anos, ela ainda não é aplicada em Rondônia
Imagem: Reprodução
Uma queda de até 50% nos casos de roubos e furtos de automóveis em Rondônia. Este pode ser o resultado da aplicação da Lei do Desmonte no estado, segundo estimativa da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor). A projeção toma por base experiências bem-sucedidas na Argentina e em São Paulo para chegar ao percentual. A Lei federal 12.977/2014 regulariza a venda de peças usadas e prevê o cadastramento das oficinas de desmanche para comercialização de componentes. Mesmo em vigor há dois anos, ela ainda não é aplicada em Rondônia.
Com exceção de São Paulo, os estados não criaram mecanismos para implementar a Lei do Desmonte. O resultado é um crescimento expressivo dos índices de roubos de automóveis. Rondônia tem a segunda maior frota do norte do Brasil, com 876 mil veículos. Foram roubados 1.795 veículos em 2015, um aumento de 45% em relação ao ano anterior, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Estado. Quanto a furtos, o total é ainda maior no ano passado: 3.304, frente a 2.666 do período anterior. São ocorrências que mexem com a vida da população e de suas famílias, expostos a uma sensação de insegurança e violência que poderia ser evitada com o cumprimento da Lei do Desmonte.
Diante desta realidade, a Fenacor realizará o seminário “Lei do Desmonte, Acidentologia e Vitimação no Trânsito”, no próximo dia 16 de junho, quinta-feira, em Porto Velho. O evento vai reunir autoridades de trânsito locais, representantes da segurança pública e dos corretores de seguros de todo o estado, além da sociedade civil organizada. Segundo o Detran RO, a lei ainda em estudo e discussão. Somente após a finalização destas ações, será regulamentada conforme as peculiaridades do Estado, sendo desenvolvidos sistemas de tecnologia para sua aplicabilidade, como, por exemplo, o cadastramento das peças usadas.
O melhor exemplo da eficácia da lei acontece em São Paulo, onde o número de furtos de veículos caiu 11% e os roubos, 26%, no balanço de 2015. Em todo o Brasil, os Detrans estão assumindo a responsabilidade de fiscalizar a norma.
Os desmanches clandestinos são os grandes alvos, pois recebem as peças dos carros roubados, repassando-as por encomenda. Em São Paulo, foram fechados pela fiscalização 722 desmanches irregulares de 1.318 fiscalizados. A Fenacor quer que este cenário se repita no Amazonas e seu presidente, autor da lei quando deputado federal, Armando Vergilio, alerta: “os criminosos e estabelecimentos clandestinos que foram fechados vão migrar para outros estados”. Não há números oficiais sobre pontos de desmanches em Rondônia.
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