segunda-feira, 29 de julho de 2013

APOSENTADA AGREDIDA POR POLICIAIS SERÁ INDENIZADA EM R$ 12 MIL

G1

Vítima sofreu a agressão em um posto de saúde no Norte do estado.
Mulher teve lesões nos punhos, joelho e nas costelas.

Uma aposentada de 62 anos receberá uma indenização por danos morais no valor de R$ 12 mil após ser agredida por policiais militares no Norte de Santa Catarina. A decisão da 2ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça, baseada na decisão do desembargador Nélson Juliano Schaefer Martins, condenou o estado na última sexta-feira (26).
Durante o processo, foi apurado que a mulher teria sido desacatada por uma atendente uma uma unidade médica e teve um ataque de epilepsia que exigiu a presença dos policiais para acalmá-la. Ela teria sido derrubada no chão, imobilizada com o joelho de um dos policiais nas costas, algemada e colocada no camburão da polícia. O resultado foram lesões nos punhos, joelho e nas costelas da aposentada.
De acordo com o desembargador, a ação poderia ser enérgica, mas nunca com os excessos registrados. "Não deveriam ter agredido pessoa idosa, à época com 62 anos de idade, que demonstrava estar acometida por desequilíbrio emocional", anotou o magistrado.

JMJ TEM CUSTO DE R$ 50 MILHÕES COM SEGURANÇA

O Globo
por Antônio Werneck, Claudia Amorim e Henrique Gomes Batista (Email)
RIO - O aparato de segurança para proteger o Pontífice durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) pode ter consumido cerca de R$ 50 milhões, informaram os ministérios da Defesa e da Justiça. Os recursos extras foram usados principalmente no transporte dos dois papamóveis de Roma para o Rio, com comida para alimentar a tropa mobilizada por mais de uma semana e com os helicópteros que transportaram o Papa e sua comitiva na cidade e em Aparecida.

O esquema de segurança da JMJ foi dividido em três níveis: defesa, segurança e inteligência, esta última controlada pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Desde 2011, o governo federal transferiu aos ministérios da Defesa e da Justiça R$ 1,8 bilhão para os gastos com a segurança dos grandes eventos. Além da JMJ, entraram no pacote a Copa das Confederações (que aconteceu este ano), a Copa do Mundo (ano que vem) e as Olimpíadas do Rio em 2016.

No domingo, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, atribuiu o sucesso na segurança da Jornada à integração entre forças municipais, estaduais e federais.

— Segurança pública se faz com muita integração. Ou seja, quando a Polícia Federal, as polícias estaduais, as guardas municipais e as Forças Armadas sentam, planejam, decidem e executam juntas, a coisa é bem-sucedida — disse Cardozo.

No sábado, Paes defendeu que a prefeitura centralize as decisões sobre a organização da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016. E, ontem, ele disse que a prefeitura estava mais perto da nota 10 do que de zero, em uma alusão a declarações anteriores sobre os erros cometidos.

— A Jornada foi um sucesso absoluto — acredita o prefeito.
Cardozo admitiu que houve falha na chegada do Pontífice à cidade, quando sua comitiva ficou presa em um engarrafamento. Segundo o ministro, o legado que fica para os próximos eventos, como Copa e Olimpíadas, é que a polícia deve atuar de forma integrada:

— Tirando aquela situação do primeiro dia, de descompasso de informações entre o comando da segurança e a prefeitura, o resto foi perfeito. O Papa andou sem carro blindado, sem papamóvel blindado, parou nos locais que quis e não ocorreu absolutamente nada, tanto na segurança dele como na do evento como um todo.

MENINA CAI EM MIRANTE E É RESGATADA DE RAPEL EM SANTA CATARINA

G1

Homem desceu de rapel para fazer o resgate de criança de nove anos.
Menina caiu de altura de 30 metros de mirante da Serra do Rio do Rastro.


Resgate foi feito de rapel (Foto: Antonio da Luz/Portal Sul in Foco)
"Foi um susto", afirmou cabo Freitas, o bombeiro que desceu de rapel para o resgate. Ele pertence à corporação de Orleans, acionada para o local do acidente. A guarnição deslocou para a serra um veículo com todos os equipamentos necessários para o rapel.
Conforme Freitas, a corporação demorou 40 minutos para chegar até o local da queda. Como a altura da qual a menina caiu era de 30 metros, o bombeiro acredita que a vegetação tenha amortecido a queda. Além disso, segundo ele, a criança conseguiu se segurar em uma pequena árvore e assim ficou até a chegada do resgate.
Foi necessária ajuda de outras guarnições para
puxar socorrista e criança do penhasco
(Foto: Antonio da Luz/Portal Sul in Foco)
Após a descida de rapel, o cabo segurou a menina e colocou um capacete nela. Os dois aguardaram, então, a preparação do equipamento para que pudessem ser puxados do penhasco. Bombeiros de São Joaquim e Lages e policiais militares rodoviários deram apoio no resgate.
Enquanto esperavam, ainda deu tempo do socorrista pegar um brinquedo da menina, que havia caído no penhasco. "Ela queria muito a boneca. Consegui achar e ela queria pegar outra ainda, mas não deu", contou Freitas. Para acalmar a criança, os bombeiros amarraram um equipamento de segurança na cintura do pai, para que ele pudesse conversar com a menina do alto do penhasco sem correr o risco de cair.
Menina só teve um arranhão na mão esquerda

(Foto: Antonio da Luz/Portal Sul in Foco)

Freitas disse que a garota estava "bem tranquila, conversando" e que o único ferimento que teve foi um "arranhão na mão esquerda, entre um dedo e outro". Após o resgate, a criança foi conduzida para o Hospital de Bom Jardim da Serra para avaliação médica, segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv).

Policiais civis de Joinville decidem aderir à greve estadual

Notícias do Dia
por Windson Prado

Categoria reivindica melhores salários e condições de trabalho

                                                                                                      Fábio Porto / ND
Policiais civis de Joinville se reuniram no sábado à tarde para 
decidir uma posição sobre o movimento, e decidiram aderir à greve
Agentes da Polícia Civil de todas as regionais de Santa Catarina votaram a favor da greve em assembleias realizadas no sábado (27). A paralisação será confirmada nesta segunda-feira, depois de negociação entre o governo e o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina). A reunião estava marcada para as 19h, mas foi adiantada para as 10h, no Centro Administrativo do Governo, em Florianópolis. Caso não haja acordo, será decretada paralisação por tempo indeterminado.

As principais reivindicações da categoria são reajuste salarial, aumento no efetivo e solução de problemas estruturais nas delegacias e corporações. A paralisação foi anunciada na terça-feira passada (23), durante uma manifestação em Lages, depois que o sindicato rejeitou a proposta salarial oferecida pelo governo que aumentaria o salário dos agentes para R$ 5,3 mil em 2016. O governo ofereceu um reajuste escalonado de 60%: 20% em agosto de 2014, mais 20% em agosto de 2015 e mais 20% no final do ano a ser pago na folha de janeiro de 2016.

A categoria descartou a proposta. O presidente do Sinpol, Anderson Vieira Amorim, prefere não anunciar valores para não prejudicar as negociações. “Estamos tendo êxito junto à Secretaria da Fazenda e Administração, e vemos um panorama positivo. Por isso pedimos aos sócios que esperassem até segunda”, comentou após a assembleia.

A proposta é que o cálculo seja baseado na proporcionalidade. Nesse modelo, os vencimentos dos policiais seriam equivalentes a 1/3 do recebido pelos delegados. Os agentes também pretendem garantir as gratificações na aposentadoria. “Estava acordado que em janeiro seria pago a nossa data base, mas até agora não recebemos nada”, questiona Cláudio de Souza Medeiros, representante do Sinpol.

Mobilização na região Norte
No sábado à tarde, dezenas de policiais da região de Joinville se reuniram no bairro Fátima para deliberar como será a mobilização na região Norte. A categoria promete restringir o atendimento apenas a casos de emergência – como flagrantes e crimes graves, como homicídio, latrocínio, roubo de veículos e estupro. Atividades como a emissão da carteira nacional de habilitação e carteira de identidade também serão suspensas, assim como a fiscalização de locais de jogos e de diversão.

“Os demais serviços, como registro de boletim de ocorrência e cumprimento de mandado de busca e apreensão, serão comprometidos durante a greve”, explica o agente Cláudio de Souza Medeiros, representante do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de Santa Catarina). Ele informa que os servidores cumprirão os plantões nas delegacias, orientando a comunidade a respeito das reivindicações da categoria.

Segundo o Sinpol, desde 2007 a corporação perdeu quase 1.000 policiais – o que deixa o efetivo com número semelhante ao de 30 anos atrás. Na região de Joinville, segundo Medeiros, há 173 policiais para atender as 10 delegacias de Joinville, mais os serviços da DIC (Divisão de Investigação Criminais) e ainda as delegacias de Araquari, Barra Velha, Garuva, Itapoá e São Francisco do Sul. “Nosso efetivo é pequeno. Os policiais estão trabalhando sobrecarregados e não conseguem dar conta da demanda. 
O governo não faz nada para melhorar esta situação”, reclamou. 

Conforme o sindicato, a Polícia Civil Catarinense trabalha com metade do efetivo considerado ideal. “A categoria vai decretar a maior greve já vista em Santa Catarina”, afirma Anderson Amorim, presidente do Sinpol.

domingo, 28 de julho de 2013

DESORDEM NAS RUAS - INFILTRADOS OFICIAIS

Defesanet
PMs à paisana dão lugar a fardados para vigiar e revistar manifestantes em ato no Leblon
Fabíola Gerbase, Letícia Fernandes, Natanael Damasceno e Renata Leite 
 
Depois de ter causado polêmica com o uso de policiais infiltrados nos protestos pela cidade, a Polícia Militar decidiu oficializar a estratégia. Na manifestação realizada ontem perto da casa do governador Sérgio Cabral, na esquina da orla com a Rua Aristides Espínola, no Leblon, um grupo de cem policiais circulava entre os participantes do ato fazendo revistas, especialmente de quem estivesse com mochila, em busca de supostos artefatos. Mas, desta vez, os PMs estavam fardados. Os anifestantes responderam com vigilância - cada revista era acompanhada de perto com o registro feito por vídeos e fotos - e reclamaram da falta de identificação nos coletes usados pelos policiais. Divididos em cinco grupos de 20 homens, os PMs traziam nos coletes apenas uma letra (de A a E para cada grupo) e um número (de 1 a 20). Segundo o tenente-coronel Mauro Andrade, que comandava a abordagem, não houve tempo para preparar a identificação dos coletes. 
 
- O objetivo é patrulhar dentro das manifestações para ser seletivo. Quando o Batalhão de Choque atua, não consegue fazer essa separação. Estamos tentando nos adaptar. A corporação fez um estudo de caso e observou uma lacuna no controle da multidão - disse o tenente-coronel. 
 
Andrade informou ainda que, em caso de problema com algum PM, é possível procurar a Corregedoria da Polícia Militar e informar a letra e o número da identificação, suficientes para se chegar ao nome do policial. O vice-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), Ronaldo Cramer, no entanto, afirma que a falta de identificação viola a Constituição do estado: 
 
- Ainda não fui informado sobre isso pelos representantes da OAB que foram ao protesto, mas, se estiver acontecendo, claro que é uma violação, especificamente do artigo 191. Ele exige que o policial, ao abordar um cidadão, se identifique com nome, cargo, posto e local onde está lotado. 
 
Um dos PMs que atuava entre os manifestantes repudiou a truculência policial: 
 
- Eu sou usuário do serviço que presto. Essa nova estratégia é para diminuir a truculência policial, que realmente está inadmissível. 
 
Perto da casa de Cabral, os manifestantes pediram a desmilitarização da polícia e a saída do governador. Foram recolhidos donativos para a família do pedreiro Amarildo Dias de Souza, morador da Rocinha desaparecido desde 14 de julho após ser levado para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Ele foi lembrado novamente no ato que os manifestantes fizeram em frente à Toulon, depredada no dia 17 de julho. Um manifestante caracterizado como padre encenou uma missa em homenagem aos manequins da loja e lamentou que a depredação tenha tido mais repercussão do que o sumiço de Amarildo. De lá, os manifestantes seguiram para Copacabana pela Avenida General San Martin e pela Rua Prudente de Morais, no sentido oposto ao do trânsito, causando muita retenção. Foi preciso fechar vias e fazer o desvio do tráfego. 
 
Até Copacabana, não houve confronto. No trajeto, o ato ganhou adeptos e reuniu mais de 500 pessoas. Um homem com uma faca foi detido. 

FALTA DE TRANSPARÊNCIA REFORÇA CRÍTICAS A EXPORTAÇÕES DE ARMAS DO BRASIL

Defesanet
País é quarto maior exportador de armamento leve do mundo e, apesar de defensor dos direitos humanos, tem entre clientes Estados contestados pelo autoritarismo. Tratado da ONU traz esperança de maior clareza nas vendas.
Durante os recentes protestos na Turquia, uma imagem não passou despercebida. Em meio às centenas de bombas de gás lacrimogêneo utilizadas pela polícia, algumas traziam o selo "made in Brazil". Dois anos antes, quando a Primavera Árabe chegou ao Bahrein, a bandeira brasileira também estava estampada em artefatos similares. Um deles, segundo ativistas, teria feito até vítimas – denúncia, no entanto, jamais confirmada.
Com vendas anuais superiores a meio bilhão de reais, o Brasil é hoje o quarto maior exportador de armas leves do mundo. E é, ao mesmo tempo, um dos que tratam com maior secretismo suas vendas. Não se sabe com precisão se o armamento vendido está nas mãos de países que respeitam os direitos humanos – valor tão defendido pela diplomacia brasileira – ou de regimes contestados pelo autoritarismo, como Turquia ou Bahrein.

Loja de armas nos EUA: país é o maior comprador de armas leves produzidas no Brasil
"Essas informações são muito importantes, já que a venda triangulada acontece de forma frequente no mercado internacional de armas. Quer dizer, uma nação vende para um país que tem uma boa reputação no comércio internacional que, depois, funciona como intermediário e repassa as armas para outro que viola os direitos humanos", diz Bruno Langeani, do Instituto Sou da Paz.
Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as vendas de armas leves – como fuzis, espingardas, revólveres e pistolas – subiram 36% em cinco anos, passando de 201 milhões de dólares em 2007 (440 milhões de reais) para mais de 315 milhões de dólares (700 milhões de reais) em 2012. Entre os dez maiores compradores de armas leves brasileiras estão países como EUA, Estônia, Paquistão e Emirados Árabes.
Já as vendas de bombas em geral, como gás lacrimogêneo e de fragmentação, tiveram um aumento exponencial na última meia década. Em 2007, as exportações foram de 460 mil dólares (um milhão de reais); em 2011 passaram a 5,7 milhões de dólares (12 milhões de reais) e, em 2012, atingiram 17,8 milhões de dólares (40 milhões de reais).
Apesar de divulgar o total das exportações, o Brasil não informa quais tipos de armas foram comercializadas e em que ano ocorreram as transações. Além da preocupação com os países que violam os direitos humanos, há também dúvidas se os compradores têm condições de controlar seus arsenais.
"Se não existe esse controle, as armas podem ser desviadas para grupos terroristas, criminosos e dissidentes, que vão encabeçar um processo de guerra civil. Então esse tipo de transação tem que levar em conta a capacidade de controle que esses países têm", opina Langeani.
Procurada pela DW Brasil, a Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (Aniam) não quis se manifestar sobre o assunto.
Tratado de armas
Para muitos analistas, o Tratado sobre o Comércio de Armas da ONU, assinado no início de junho pelo Brasil, pode trazer mais transparência às vendas. O tratado regulamentou, entre outros pontos, a proibição da venda de armas convencionais a países sob embargo ou onde elas possam ser usadas para crimes contra a Humanidade, crimes de guerra e terrorismo.

"Alguns países estão em condições financeiras difíceis e é bem questionável se eles deveriam estar priorizando esse tipo de aplicação de seus recursos. Ter uma maior transparência por parte do Brasil auxilia também na mobilização da população em outros países, que não sabe o que seus governantes estão comprando e de quem estão comprando", diz Maurício Santoro, da Anistia Internacional no Brasil.
Mas para entrar em vigor, o Congresso Nacional precisa, ainda, avaliar e ratificar o tratado, o que pode acontecer neste ou no próximo semestre. "Nós propomos que o acordo seja tratado no Brasil como piso e não como teto, quer dizer, o país pode fazer mais do que isso", sugere Langeani.
De acordo com uma análise da organização suíça Small Arms Survey, baseada nos dados de 2010 – os mais recentes – da divisão de estatísticas da ONU (UN Comtrade, em inglês), o Brasil só fica atrás de Estados Unidos, Alemanha e Itália na exportação de armas leves.
A organização ainda faz a estimativa de que as transferências internacionais anuais de armas leves movimentam ao menos 8,5 bilhões de dólares (19 bilhões de reais). Seu relatório ressalta, no entanto, que avaliações precisas são difíceis devido à "relutância" de muitos países, como o Brasil, de divulgar publicamente a sua produção legal e dados sobre exportação e importação.
Incentivos do governo
O Brasil se tornou um dos maiores exportadores de armas leves do mundo por causa, em parte, de uma série de decisões políticas tomadas durante a ditatura militar. Segundo especialistas, tanto no país como no exterior, a indústria de armamentos depende da participação do Estado, seja diretamente, como acionista de empresas estatais, seja por meio de grandes encomendas.
Em 2008, por exemplo, o ex-presidente Lula lançou a Estratégia Nacional de Defesa. Entre os três principais objetivos do programa estava a reestruturação da indústria brasileira de material de defesa, que contou com isenção de impostos e uma série de ações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no financiamento de projetos.
A maior parte do mercado brasileiro de armas está nos EUA e nos países da União Europeia, mas tem havido um esforço do governo para ampliar esses mercados para África e Oriente Médio – onde há países em que as necessidades de equipamentos de defesa são mais modestas.

EUA TÊM DOMÍNIO TOTAL DA INFORMAÇÃO

Defesanet
Entrevista com Silvio Meira, cientista-chefe do C.E.S.A.R.
Silvio Meira, cientista-chefe do C.E.S.A.R., alerta que o governo dos EUA tem acesso fácil aos dados do mundo na internet e com apoio
da lei do próprio país, já que os gigantes da web – Facebook, Google e Twitter – são empresas norte-americanas. “Eles dominam esse mercado de uma forma quase total, muito mais do qualquer outra categoria na história da economia mundial”
"Os EUA mantêm o domínio da informação de forma global"
A comunidade de informática desconfiava, mas agora sabemos: estamos nas mãos dos Estados Unidos. O alerta é do engenheiro eletrônico Silvio Meira, ao analisar a espionagem da agência de segurança norte-americana (NSA) sobre o Brasil. Cientista-chefe do C.E.S.A.R. (instituto de Recife duas vezes premiado pela Finep como instituição mais inovadora do Brasil), Meira conta que praticamente tudo que fazemos na internet — emails, conversas no Skype, vídeos, fotos, posts nas redes sociais — está armazenado nos Estados Unidos. E o governo de Washington tem acesso fácil a esses dados, a hora que quiser e com apoio da lei. A lei deles, é claro, pois Facebook, Google e Twitter são empresas norte-americanas. Nunca na história do mundo, ressalta Meira, os Estados Unidos tiveram tanto poder econômico, proveniente de seu monopólio sobre a informação global. Em entrevista ao Brasil Econômico, Meira, que é PhD em Computação pela universidade de Kent at Canterbury, na Inglaterra, diz que o Brasil tem conhecimento tecnológico de nível mundial, mas nos falta competitividade para transformar inovação em negócios. “O custo Brasil para competir em tecnologia é alto demais”, sentencia.
Paulo Henrique de Noronha - Como se diz nas redes sociais, quer dizer que Obama agora sabe tudo da sua vida?
Agora, não! Agora, a gente sabe que ele sabe... Acho que a comunidade de informática imaginava alguma coisa bem parecida com isso, a gente sabia que podia ser feito, que provavelmente estava sendo feito, mas não tinha ideia da extensão da coisa. Há uns dois anos falei numa palestra que a maior obra de construção civil dos Estados Unidos era um prédio sendo construído em Utah para abrigar o data center da NSA (Agência Nacional de Segurança), uma obra estimada em US$ 2 bilhões. Então, os caras não estão brincando...
No Brasil somos quase 200 milhões de habitantes. Qual a possibilidade de um brasileiro de baixa renda que usa seu email através de uma lanhouse ter sido investigado pela NSA?
É alta, desde que ele seja o que eles chamam de uma “pessoa de interesse”. Digamos que há uma pessoa que eles acham que conversa com outras pessoas que sejam perigosas. Aí, esse cara liga para mim, e em seguida você me entrevista pelo telefone. Pronto, você, jornalista, já está no registro deles, acabou de entrar na lista da NSA. É a propriedade da transitividade. Quem interessa é todo mundo por quem as pessoas nas quais eles estão interessados se interessam. Eles devem capturar inclusive os metadados, que não é a conversa telefônica em si, mas o número do telefone que ligou, o dia, a hora, o local que a ligação foi feita. Antigamente, não dava para ficar olhando todas as cartas de todas as pessoas do mundo, o trabalho era muito grande. Agora, a gente sabe que o governo norte-americano tem isso, os governos inglês e francês têm isso também, o chinês já tem há muito tempo. É um tipo de tentativa de controle do cidadão pelo Estado, de saber o que todo mundo está fazendo o tempo todo.
A gente está diante do maior Big Data do mundo?
Exatamente. Tem muita coisa que eu perdi e que preciso recuperar, números de telefones, e-mails deletados, que deve estar tudo lá com eles. Bem que eles podiam prestar esse serviço pra gente e nos dar acesso a esses dados (rsrs). Em verdade, não estamos falando de Big Data, a quantidade de dados desses bancos é mais para Huge Data, nem eles imaginavam há 10, 15 anos, que teriam acesso a tantas informações. O que cria um baita problema. Como é que eu vou usar isso? Numa operação de um supermercado é mais fácil, porque eu sei que tenho certo tipo de cliente que compra mais cerveja em certos dias, e aí eu sei como desenhar minha cadeia de suprimentos para que tenha mais cerveja nesses dias. O varejo, hoje, é guiado por dados. Mas o que vemos nessa operação norte-americana é que ela é extremamente eficiente na coleta de dados,mas não necessariamente eficaz, porque dependerá da capacidade de processar esses dados todos. E é óbvio que muito provavelmente nem a NSA tem capacidade de processar tantos dados. Os Estados Unidos não conseguiram evitar que dois moradores em seu próprio solo, irmãos, que falavam muito entre si pela Internet e por telefone, um dos quais tinha ido a uma ex-república soviética associada à violência terrorista,mesmo com esse Huge Data não foi possível evitar que eles colocassem bombas na Maratona de Boston. Ou seja, ainda tem um rombo monumental na eficácia do uso desses dados, não é uma coisa mágica.
Qual é a dificuldade?
O negócio de intelligence consiste em você capturar a informação - de preferência sem que a pessoa saiba, para ela continuar agindo normalmente -,armazenar, processar e aí tem uma operação de sense making, de fazer aquela informação fazer sentido, ter uma utilidade. Eu olhar para trilhões de ligações telefônicas não adianta de nada, porque a maior parte das pessoas está falando coisas que não me interessam. Para criar sentido, você tem que procurar alguma coisa. Há amplas plataformas por trás desses processos de espionagem que sabem mais ou menos o que procurar, que tem teses e hipóteses a serem provadas. Tais como: “Será que na fronteira do Brasil com o Paraguai, que tem uma comunidade árabe relevante, a atividade de contrabando temo papel de financiar grupos terroristas?”. Tem que ter gente fazendo perguntas relevantes para tirar respostas úteis desse gigantesco banco de dados. Por outro lado, a tecnologia tornou isso mais fácil. Hoje, o cidadão normal olha para o Google apenas como uma caixinha para quem ele faz perguntas. Mas o programador olha para um negócio chamado API, Application Programing Interface. Nós deixamos de programar computadores isoladamente e passamos a programar a rede. O que a NSA faz? Ela começou a chupar informação diretamente das APIs do Google, do Microsoft Live, do Skype, da Apple...
Mas ela consegue fazer isso sem a colaboração dessas empresas?
Nem pensar! O NSA não consegue saber a pergunta que você está fazendo ao Google, mas o Google sabe. Ele guarda essa informação, porque usa para vender seus dados a terceiros, para esses terceiros botarem propaganda no Google. E o NSA usou um conjunto de termos legais associados à defesa e à segurança dos EUA para pedir ao Google e a outras empresas a informação que necessitam, sem precisar de autorização judicial.
Então o governo dos EUA tem base legal para fazer isso?
Tem, e essa base legal proíbe inclusive o Google e as demais empresas de revelarem publicamente que estão fazendo isso. Elas não podem nem falar sobre isso. A Microsoft e outras empresas agora estão pedindo autorização à Justiça para divulgar qual órgão pediu as informações. Essa legislação já existia antes do 11 de setembro e foi ampliada.
O Brasil tem tecnologia para construir algum firewall contra essa espionagem?
Em tese, sim. O conhecimento tecnológico que temos é pari passu como que se tem no resto do mundo. Mas há um problema: você, eu, todos temos um endereço de email do Gmail. E onde ele está armazenado? Fora do Brasil. E aí, não podemos fazer nada, porque está no território de um governo que tem suas próprias regras legais.
Então, não temos saída?
A única saída seria se houvesse serviços de classe mundial, como Gmail e Skype, feitos em países que não tivessem essa quase paranoia de capturar a informação que os EUA têm. E que esses serviços ficassem numa espécie de paraíso informacional global, similar aos paraísos fiscais do mercado financeiro, onde nossos dados estariam seguros e nenhum governo conseguisse capturá-los.

De nada adianta qualquer sistema de defesa, porque todos os principais sistemas informacionais do mundo estão nos Estados Unidos. Eles dominam esse mercado de uma forma quase total, muito mais do que em cinema, TV, automóveis ou qualquer outra categoria na história da economia mundial. Muita gente defende que a gente fragmente a Internet, “vamos colocar uma barreira aqui e daí todos os dados brasileiros têm que ficar no Brasil”. Eu sou completamente contra isso, porque isso nos privaria de serviços de primeira classe da internet que só são fornecidos por outros países. Seria como proibir que os brasileiros fizessem comunicação por Skype.
Noticiou-se que a presidência da República estava usando o gmail e decidiu para de usar...
No caso do governo brasileiro, é até possível criar algum tipo de restrição. Definir-se, por exemplo, que a partir de um determinado escalão da hierarquia os servidores públicos não poderão usar Skype. Ou criar uma rede interna, no Serpro ou outro órgão, para circular documentos potencialmente sigilosos. Ou seja, é preciso fechar todas as fontes de informação do governo dentro do próprio governo, usando seus próprios serviços. Mas é preciso uma política estratégica de segurança. Há uma avaliação recente da Secretaria de Fiscalização de Tecnologia da Informação (Sefit) do Tribunal de Contas da União (TCU) que mostra que 60% de todos os órgãos da administração direta federal não têm uma política de segurança de dados. Então, você tira do Google e bota num site de governo que pode ser invadido a qualquer hora. E aí?
Empresas brasileiras também podem ter sido espionadas?
Eu não tenho a menor dúvida! Imagine quanto vale, no mercado internacional de commodities, uma informação, meses antes da colheita, da Embrapa ou dos esmagadores de soja, de que há uma praga nas plantações brasileiras. Ou que os Estados Unidos tivessem algum interesse nas empresas do grupo X, do Eike Batista. Obviamente que nos e-mails internos os dirigentes da EBX já conversavam sobre os problemas do grupo, muito antes de vir a público. Com certeza em algum lugar do grupo X tem a informação da produção de todos os poços, hora por hora. Quem soubesse antecipadamente que a produtividade desses poços era uma fração do que fora anunciada, certamente faria dinheiro com isso.
Mas alguma grande corporação internacional já poderia estar fazendo esse tipo de espionagem?
Em tese sim, mas para fazer na escala da NSA, você tem que ser a NSA. Se alguma corporação pedisse ao Google todos os e-mails da OGX, o Google não iria passar, porque eles não são loucos, há contratos legais de confidencialidade dos usuários.Recentemente a Abin (Agência Brasileira de Informação) passou a monitorar as redes sociais. Mas se dez caras criarem um grupo fechado no Facebook para planejar uma bomba na rua onde mora o governador, a Abin não consegue capturar a informação, a não ser que tenha a colaboração do Facebook. Você consegue muita informação que é pública, mas uma parte significativa, que é mais crítica, está fechada.
Então para o brasileiro, que não vive mais sem o Google e Facebook, nada pode ser feito...
Não tem jeito, mas também não precisa ficar apavorado. O que as pessoas precisam atentar é para o que dizem nos espaços públicos da internet. Eu vejo coisas absurdas sendo ditas no Twitter e no Facebook que depois essas pessoas se arrependerão profundamente. Eu escrevi no meu blog há algum tempo que as redes sociais são como uma grande mesa de bar. No bar, depois da terceira dose, você fala qualquer coisa e depois ninguém mais sabe quem disse o quê. Nas redes sociais, fica tudo escrito e guardado.
Uma das primeiras reações do governo brasileiro quando foi noticiada a espionagem da NSA foi tentar apressar a aprovação do marco civil da internet.
Isso não adianta absolutamente de nada contra a NSA... Tem um livro de um advogado norte-americano chamado Lawrence Lessig, chamado “Code is Law” (“O código é a lei”), que diz que, na prática, o que vale é o código que está rodando. Está escrito na legislação que é proibido coletar dados do cidadão,mas aí alguém escreve um código de programação que fica embutido no sistema, completamente invisível para qualquer pessoa normal e até mesmo para uma auditoria técnica específica, e passa a coletar os dados. O que a lei pode fazer em relação ao código? Posso até depois ir atrás de quem fez isso com as regras, mas aí o dano já estará feito. Milton Santos, grande geógrafo brasileiro já falecido, dizia o seguinte: “Quem detém a propriedade efetiva de um terreno é quem o opera, e não o seu dono legal”.
Mas o marco civil é importante?
É absolutamente essencial. Faz algum tempo que a gente começou a fazer leis de criminalização de condutas dentro da internet, como a Lei Carolina Dickman, sem antes ter tido uma legitimização do espaço da internet do ponto de vista do direito do cidadão. A Lei Carolina Dickman nunca deveria ter sido aprovada antes de a gente aprovar o marco civil. É o mesmo que aprovar uma lei definindo um crime antes de termos um Código Penal. Isso é o resultado de fazermos as coisas de forma atabalhoada no Brasil. Você não diz o que é o todo e começa a definir as partes, depois vira uma bagunça que ninguém vai entender.
Há algum país que seja referência em termos de marco civil?
Nenhum. A maioria dos legisladores que está tratando disso em qualquer país do mundo, hoje, não tem vivência suficiente de internet para discutir a validade de regras sobre ela. O espaço político não consegue entender em detalhes a internet. Além disso, a velocidade de evolução da web exige que você atualize as regras quase que constantemente. Mas em qualquer país é dificílimo mudar a legislação depois que ela está aprovada, principalmente se for uma legislação recente. Por isso, o marco civil tem que ser um conjunto de regras absolutamente gerais, que não atrapalhem a evolução da internet.
Já entramos na erado BigData?
Sim, o governo tem isso em grandecíssima escala, empresas, como grandes cadeias de varejo, de infraestrutura, de transportes, usam isso de forma intensa. O processo de tomada de decisões em cadeias líderes como Walmart e Zara já depende de dados há muito mais que uma década. A Zara não se tornou líder à toa, ela teve a competência no processamento de dados para desenhar sua cadeia de produção de forma distribuída, de maneira que, quando ela bota uma roupa na vitrine, se vender numa certa velocidade, ela ativa sua cadeia de produção para fabricar mais daquela roupa.

E, se não vender, ela tira automaticamente aquela roupa da vitrine e faz outra completamente diferente. E isso com uma velocidade de lançar moda praticamente uma vez por semana. O varejo brasileiro também é muito competente em usar isso. Não pense que as liquidações semanais da Casas Bahia, às vezes diárias, são definidas pela cabeça de alguém, tem dados e tem uma base por trás disso, é um processo muito sofisticado. Mas, em verdade, esse negócio de Big Data mal começou ainda. Nós ainda estamos no que eu chamo de Little Big Data. O Big Data de verdade deve demorar para começar. Por exemplo, na hora que você conectar todos os carros na rede, através de um chip em cada motor, jogando dados 24 horas por dia no sistema da fábrica sobre o funcionamento daquele motor — e esses dados forem processados de tal forma que o fabricante mande a informação para o proprietário de que ele está esticando demais a terceira marcha, e que se continuar assim ele pode perder a garantia— aí você terá cem, mil vezes mais informações para processar do que tem hoje.
O Brasil tem profissionais suficientes para o Big Data?
Sempre vai faltar capital humano em informática. Porque é “muito fácil” todo mundo tomar a decisão de se fazer alguma coisa. Se você for construir uma fábrica de automóveis, leva um ano para planejar, mais dois para construir, mais um para obter as licenças ambientais, e aí você tem tempo para treinar os operários. Em informática é diferente: eu e você somos diretores de uma empresa e decidimos que a partir de amanhã queremos que todos os dados dos caixas de nossas mil filiais sejam processados para dar uma avaliação hora por hora do que está se vendendo. Sempre é fácil pedir e ninguém imagina que há processos tão complexos em informática quanto construir uma fábrica de automóveis. A estimativa atual no Brasil é de que faltam 100 mil profissionais de informática. E daqui até 2017 a previsão é de um aumento de 50% nessa demanda.
Já declaramos o Imposto de Renda pela Internet. Seria possível, e seguro, vota o plebiscito da reforma política via Internet?
A pré-condição para você fazer o plebiscito é cultural, você tem que estar num ponto onde todo mundo entenda o que está sendo perguntado. Por que a gente não usa as redes sociais para ajudar no processo de construção de consenso, para promover uma discussão ampla, multifacetada, que é impossível de se promover em debates na televisão? Podíamos usar as redes para fazer um processo combinado de construção coletiva de conhecimento, que desembocasse numa reforma política feita por profissionais, com base nas contribuições que viessem das redes, e que voltasse para as mesmas redes para um referendo. Simplesmente chegar e propor uma reforma é uma maneira atabalhoada de dizer “Estou dando alguma resposta ao que as ruas estão pedindo”. Mas isso não é resposta nenhuma.
Você sugere que a propaganda eleitoral de rádio e TV fosse para as redes sociais, permitindo interatividade como eleitor?
Sim, mas comas proposições da propaganda eleitoral não sendo impositivas,mas sim provocativas. Por exemplo, numa semana se passaria discutindo no Facebook e no Twitter uma determinada questão, com centenas de pessoas de todos os setores discutindo o tema. As discussões políticas no Brasil são que nem discussão de futebol, ninguém muda de time. No Brasil, nós temos 75% de analfabetos funcionais, ou seja, pessoas que não têm condições de ler um parágrafo com algum grau de complexidade e conscientemente ser contra ou a favor da ideia contida naquele parágrafo.
O Brasil tem um histórico de pouco investimento em tecnologia de ponta. O país evoluiu nisso?
Se você olha para conhecimento no estado bruto, a gente está pari passu com o mundo. Mas quando se olha para a capacidade de empreendimento do mercado, aí entramos na regra de exceções: tem a Embraer, tema Gerdau, tem a Ambev e... cadê o restante? Não temos aquelas centenas de empresas inovadoras capazes de estabelecer a presença brasileira no cenário internacional. E aí se pergunta: por que? Para começar, o processo de transformação de conhecimento em negócios, de sair do ambiente acadêmico para o mundo comercial — que acontece nos Estados Unidos em grande escala e em escala crescente na China, na Tailândia e no Vietnã — esse processo requer que o país esteja preparado para competir.

O custo Brasil para competir em tecnologia é alto demais. Temos um exemplo que acho dramático: a gente internalizou a produção do iPhone no Brasil e o preço não caiu um real. O processo de transformação de conhecimento científico em negócios depende de capacidade empreendedora e investidora, depende da fluidez dos processos na alfândega, do tratamento que o país dá para investidor, depende de uma quantidade absurda de fatores. Há um indicador do Banco Mundial, Doing Business (Fazendo Negócios), que mostra a qualidade de empreendedorismo de um país. Nesse ranking, o Brasil vai de mal a pior. Em 2012 estávamos em126º lugar, logo abaixo da Bósnia-Herzegovina e logo acima da Tanzânia. Em 2011, estávamos no 120º e agora em 2013 caímos para o 130º posto, com Bangladesh em 129º e a Nigéria em 131º. Os primeiros em 2013 são Cingapura, Hong Kong, Nova Zelândia, EUA, Dinamarca, Noruega, Reino Unido, Coreia, Geórgia e Austrália.
Qual o diferencial deles?
Nesses países, você abre uma empresa e começa a funcionar em três dias. Eu já vi o pessoal abrir uma empresa nos EUA daqui de Recife, pela Internet, em três dias. O que acontece no Brasil? Como aqui se assume que qualquer facilidade que se der vai ser usada para o mal, como se todo brasileiro fosse ladrão, a gente vai complicando o sistema de regras, na contramão do mundo, que está evoluindo para fazer negócios de maneira mais célere. A Turquia, que tem essa série de manifestações agora lá, está em71º nesse ranking.
Mas como mudar isso?
Para termais empresas em inovação e parar de ficar citando sempre Embrapa, Embraer, Petrobras como as únicas, eu proporia que a meta fosse, em 2035, o Brasil subir para a posição nº 90 nesse ranking. É o possível. Você precisa mudar legislação trabalhista e fiscal, o tratamento ao investidor, a eficiência do Estado, dos aeroportos, a malha das estradas. Aqui nossos aeroportos fecham por causa de neblina porque não têm os instrumentos adequados. Em Moscou, onde neva seis meses por ano, o aeroporto nunca fecha. Aqui proliferam universidades corporativas nas empresas porque o cara se forma em escolas precárias e chega ao local de trabalho sem condições.

Não vamos conseguir mudar o que o Brasil faz em tecnologia se não mudarmos o Brasil. As pessoas não foram para as ruas por outras razões: é porque o trânsito não funciona, porque o governo não funciona, porque eu pago uma fortuna de imposto e tenho que botar meu filho numa escola privada. E porque agora temos informação, sabemos que nos Estados Unidos o cidadão paga menos impostos e tem serviços públicos melhores.
Você está traçando um cenário muito pessimista...
Nossa problemática é realmente gigantesca. Mas eu sou otimista à beça, continuo trabalhando muito para mudar essa coisa toda para a gente chegar a algum lugar.

sábado, 27 de julho de 2013

Jovem é assassinado a tiros na região central de Joinville

Notícias do Dia
Cláudio Costa

Outro rapaz foi internado no Hospital São José em estado grave


Mais uma morte violenta foi registrada em Joinville no início da madrugada deste sábado (27). Robson Quaresma Ribeiro, de 25 anos, foi assassinado a tiros na rua Rio do Sul, no bairro Bucarein, região central de Joinville. Outro rapaz foi levado em estado grave ao Hospital São José. Segundo a Polícia Militar, o jovem foi morto a tiros após uma briga entre dois grupos em frente a uma boate.
O desentendimento teria começado após um dos grupos, formado por três homens, ter pedido bebida para o outro, que tinha quatro homens. Após a recusa, um dos rapazes teria atirado uma pedra no para-brisa de um Honda Civic prata pertencente a um dos rapazes que estavam com a bebida. Um dos jovens, que estava armado, disparou contra eles em revide.
Após efetuarem os disparos, o grupo seguiu a pé sentido Shopping Muller. Até o momento, nenhum suspeito foi preso.

Homem é condenado por homicídio em Joinville

Notícias do Dia
Windson Prado

Rafael do Rosário poderá recorrer em liberdade da sentença de três anos de prisão

                                                                                                     Carlos Júnior/ND
Sessão do Tribunal do Júri aconteceu na tarde e noite desta quinta-feira (26)
Depois de uma longa sessão, com mais de oito horas de duração, o tribunal do Júri decidiu pela condenação do réu Rafael do Rosário pelo crime de homicídio qualificado. O julgamento aconteceu nesta quinta-feira (25). Rafael poderá recorrer da decisão em liberdade. Ele já tinha ficado preso por cerca de sete meses.
A pena inicial arbitrada pelo juiz foi de seis anos de reclusão. Entretanto, como o acusado é réu primário e os sete jurados aceitaram a tese de que ele agiu no intuito de defender a hora da família, que era ameaçada, a condenação foi reduzida a três anos de prisão, no regime aberto.
Rafael foi julgado por matar com três tiros Jerri Adriani Henriqueta, no dia 22 de setembro de 2012. O crime aconteceu em um matagal na rua João da Silva, bairro Espinheiros. Segundo relatos de testemunhas, a vítima bebia na companhia de outros sete homens no momento que o disparo foi ouvido, por volta de 19h30. 
O assassino chegou no local em uma motocicleta e teria dito aos demais colegas que seu assunto era particular com a vítima. Rafael, segundo o processo, chegou próximo a Jerry para ter certeza do alvo e efetuou o disparou. O crime teria relação com o tráfico de drogas.

GT - TRADING DE DEFESA

PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 1.426/MD/MDIC, DE 7 DE MAIO DE 2013

Nota DefesaNet

Os ministros da Defesa, Celso Amorim, e o do Desenvolvimento,Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, assinaram portaria interministerial criando um grupo de trabalho que terá a finalidade de realizar estudos e identificar ou propor medidas de fomento para a ampliação da capacidade da Base Industrial de Defesa, com a criação da Trading de Defesa.

O Editor
GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA INTERMINISTERIAL No- 1.426/MD/MDIC,
DE 7 DE MAIO DE 2013
Publicado DOU 08 Maio 2013

OS MINISTROS DE ESTADO DA DEFESA E DO DESENVOLVIMENTO,  INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso I, da Constituição Federal e em conformidade com o disposto nos incisos I, II e VI do art. 32 do Anexo I do Decreto nº 7.974, de 1o de abril de 2013, resolvem:

Art. 1º Constituir Grupo de Trabalho (GT), no âmbito do Ministério da Defesa e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, com a finalidade de realizar estudos e identificar ou propor medidas de fomento para a ampliação da capacidade da Base Industrial de Defesa, com a criação de uma Trading de Defesa.

Art. 2º O GT será constituído por representantes dos seguintes
órgãos e entidades:

I - Ministério da Defesa;
II - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;
III - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social;
IV - Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial; e
V - Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos.

§ 1º O Grupo de Trabalho será coordenado por representante da Secretaria de Produtos de Defesa, designado entre os representantes do Ministério da Defesa.

§ 2º A Secretaria de Produtos de Defesa está autorizada a interagir, na sua esfera de atribuição, com as instituições públicas e privadas, de forma a atingir a finalidade proposta ao GT.

§ 3º Serão observadas, nas atividades do Grupo de Trabalho, as normas referentes à preservação do sigilo de dados sensíveis, de acordo com o contido na Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011 - Lei de Acesso à Informação.

Art. 3º A Trading a ser criada deverá ter por objetivo promover, com apoio institucional, a comercialização (exportação e importação) de produtos de defesa, com faculdade para operacionalizar contratos de compensação tecnológica, industrial e comercial.

Art. 4º Os representantes do GT serão indicados pelos respectivos órgãos e entidades, no prazo de cinco dias da publicação desta Portaria Interministerial, e designados em ato do Ministro de Estado da Defesa.

Art. 5º A participação no GT não ensejará qualquer remuneração para os integrantes e os trabalhos nele desenvolvidos serão considerados prestação de relevante serviço público.

Art. 6º Esta Portaria Interministerial entra em vigor na data de sua publicação.

CELSO AMORIM
Ministro de Estado da Defesa
FERNANDO PIMENTEL
Ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exte

BRASIL LIDERA LISTA DE SITES DE GOVERNO INFECTADOS NA AMÉRICA LATINA

Defesanet
O Brasil lidera o ranking de sites de governo infectados por malwares na América Latina, de acordo com uma análise realizada pelos pesquisadores da fabricante de antivírus ESET. Os especialistas avaliaram, na primeira quinzena de julho, mais de 4,5 mil sites latino-americanos que apresentam algum tipo de malware, com o objetivo de mapear qual o perfil dos ambientes infectados e quais os principais ataques.
O levantamento identificou que os sites relacionados a entidades de governo e educação estão entre os mais infectados por códigos maliciosos, respondendo por cerca de 5% dos endereços web analisados. Quando considerados apenas os ambientes de governo, 33% dos endereços com malware encontram-se em território brasileiro, seguidos por México e Peru com, respectivamente, 20% e 12% dos problemas. 
Entre os problemas mais comuns identificados nos sites governamentais, 90% deles estão infectados por Trojans (Cavalo de Troia) e os demais 10% apresentam backdoors e worms. Em relação aos sites de entidades educacionais, o México lidera o ranking de endereços infectados, com um total de 33%. Argentina e Peru, ambos com 17%, seguem como os segundo colocados, enquanto o Brasil desponta na quinta posição, com 6%.

FIERGS COMDEFESA GAÚCHOS APRESENTAM O POTENCIAL NAS ÁREAS DE DEFESA E SEGURANÇA

Defesanet
O estado do RS tenta conquistar uma posição mais articulada na área industrial ligadas às tecnologias militares.
A reunião do COMDEFESA FIERGS que reuniu representantes da Indústria, governo e universidades. Foto - DefesaNet
Autoridades presentes ao evento do COMDEFESA FIERGS: (Esq) Gen Ex Adriano, Gen Ex Bolivar Goellner (CMS), Hugo Zattera (AGRALE) e Jorge Py Velloso (TAURUS E COMDEFESA FIERGS) Foto - DefesaNet
Maura Curci (COMDEFESA - FIESP) prestigiou o evento da FIERGS ao lado do Brig Dias (COMDEFESA FIERGS) Foto - DefesaNet
Hugo Zattera apresenta as realizações da AGRALE e as conquista com a Família MARRUÁ Foto - DefesaNet -
A Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), criou um núcleo COMDEFESA ao estilo do desenvolvido pela FIESP.

Nesta quarta-feira (24 Julho) foi realizado  encontro na sede da FIERGS com o título “A Mobilização da Indústria do Rio Grande do Sul no Novo Cenário Industrial da Defesa” O evento, realizado pela entidade por meio do Comitê da Indústria de Defesa e Segurança (COMDEFESA), reuniu o setor industrial gaúcho na área de Defesa e Segurança, universidades  e demais empreendimentos voltados ao processo de inovação e negócios.

O evento foi aberto pelo presidente da FIERGS, Heitor José Müller, que alertou que: “O estado do Rio Grande do Sul pode aumentar em muito a sua participação como Estado fornecedor das Forças Armadas. Nossa diversificação industrial aponta para essa potencialidade. E a área militar poderá dispor da elevada qualidade dos produtos fabricados no Estado"


Estavam presentes representantes de todas as empresas atualmente vinculadas a projetos militares e segurança: AGRALE, AEL Sistemas, DIGICON, STEMAC, TAURUS, COESTER Automação, FrasLe, KMW,  Guerra Implementos Rodoviários, Randon etc.

Entre as autoridades presentes o Comandante do Comando Militar do Sul  General-de-Exército Bolivar Goellner, e representantes do V Comando Aéreo Regional e V Distrito Naval. Também oGeneral-de-Exército Adriano, que está responsável dentro do SEPROD pelo Plano de Articulação e Equipamentos de Defesa (PAED).

Empresas localizadas no estado do Rio Grande do Sul fornecem eqipamentos ou componentes para os principais projetos brasileiros: KC390, blindado Guarani, satélites CBERS, entre outros.

Além de ser líder com 90 % da produção de armas leves e viatura como o MARRUÁ..
Polo Espacial – Microsatélite
Na oportunidade também foi apresentado o projeto do Polo Espacial Gaucho. . O vice-presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Aloísio Nóbrega, anunciou a formação do Polo Espacial Gaúcho. A empresa AEL Sistemas foi aprovada na primeira etapa do edital Inova Aerodefesa, da FINEP ( Lista das empresas selecionadas Link). "A AEL entrou como empresa líder do projeto de construção de um microssatélite, em torno do qual estão reunidas outras empresas e universidades gaúchas. A expectativa é de que o resultado final do edital seja divulgado até dezembro", explicou.

O projeto de microsatélite de autodefesa a ser desenvolvido no RS pela empresa AEL Systems, subsidiária da israelense ELBIT no Brasil, será financiado pela FINEP (Agência Brasileira de Inovação). Foram habilitadas 69 empresas líderes, que estarão aptas a apresentar o plano de negócios no próximo dia 27 de agosto, em um workshop de instrução e fomento de parcerias. O projeto gaúcho prevê um investimento de R$ 43 milhões e representa o primeiro passo para a consolidação do Polo Espacial no estado.
DEPROD - MD
Por parte do Ministério da Defesa falou o Major-Brigadeiro-do-Ar José Euclides Gonçalves, que apresentou as ações e atividades da Diretoria de Produtos de Defesa Departamento de Produtos da Defesa e a atual reorganização da Secretaria de Produtos de Defesa (SEPROD).

Após dois anos da existência foi identificada a necessidade de modificar sua estrutura.

Foram adotados 3 Abordagens Orientadoras:

1 – Ciclo de Obtenção de Produtos de Defesa – Capacitação Operacional e Capacitação Produtiva;
2 – Ciclo de  Obtenção de Capacidade de Defesa – Capacitação Operacional (Vinculado ao Produto de Defesa PRODE) e Capacitação de Defesa –Baseada em (Tecnologia + Operacional + Produtiva);
3  - Lições aprendidas no relacionamento MD/Forças + ICT + BID.

O Major-Brigadeiro José Euclides afirmou que o DEPROD planeja agir interativamente e de forma contínua, com as Federações e Associações das Indústria. Uma portaria normativa do Ministério da Defesa formalizará a participação dessas entidades nos grupos de assessoramente da CMID.
FINEP
As ações que estão sendo realizadas na indústria da defesa foram ressaltadas pelo chefe do Departamento de Indústria Aeroespacial, Defesa e Segurança da FINEP, William Respondóvsk. "Uma equipe está se formando para atender a indústria de defesa porque este é um setor estratégico para políticas industriais. A FINEP quer apoiar novidades, novos processos e novos produtos", afirmou.
ABIMDE
O  vice-presidente executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Material de Defesa e Segurança (ABIMDE); do vice-almirante Carlos Afonso Pierantoni Gamboa, que apresentou as oportunidades de negócios para o setor de defesa e segurança. A  ABIMDE conta hoje com 200 associados, com 30 mil empregos diretos e 120 mil indiretos e U$ 4 Bi em vendas.
COMDEFESA FIERGS

O coordenador do FIERGS COMDEFESA, Jorge Py Velloso (TAURUS) destacou a estratégia e atuação do comitê para a competitividade do setor de defesa e segurança. "O Brasil tem um cenário promissor para a área de defesa e segurança. A descoberta de camadas pré-sal prevê grandes investimentos na indústria petrolífera e demandará a necessidade de sistema de segurança, além disso teremos a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos. Conhecendo melhor as demandas, melhor será o atendimento ", avaliou.

A reunião teve ainda a apresentação de painéis de empresas gaúchas atuantes na área de Defesa e Segurança:

! – AEL Sistemas;
2 -  TAURUS;
3 -  AGRALE;
4 – Grupo STEMAC, e,
5 - GILAT

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Assaltantes vestidos com uniforme de empresa levam R$ 130 mil

G1

Roubo foi no dia do pagamento da participação dos lucros. Assalto aconteceu na tarde desta quinta-feira (25), em Criciúma.



Dois assaltantes, vestindo uniformes similares aos de funcionários, levaram cerca de R$ 130 mil de uma empresa em Criciúma, no Sul de Santa Catarina. O assalto aconteceu na tarde desta quinta-feira (25).
Segundo Rui Inocêncio, do setor de Relações Institucionais da Imbralit, de telhas e caixas d'água, os assaltantes se dirigiram a uma sala onde estavam sendo efetuados os pagamentos de participação dos lucros, realizado semestralmente. "Tínhamos R$ 200 mil, mas uma parte já tinha sido paga e não estava mais disponível. Estimamos que tenha sido levado cerca de R$ 130 mil", explica.
De acordo com Inocêncio, eles estavam armados com pistolas ou revólveres, mandaram que os cinco funcionários que estavam no local deitassem no chão e levaram o dinheiro. "Não houve agressão ou ameaça, ninguém ficou ferido", explica.
Na hora da fuga, os assaltantes pularam o muro em uma parte mais baixa e saíram correndo. "Podemos afirmar que foi planejado. Não parece obra de amadores", completa. Os funcionários que estavam no local na hora relataram à polícia que acontecimento foi muito rápido, e durou cerca de um minuto.
Foi registrado boletim de ocorrência e a polícia iniciou as investigações. Até as 10h desta sexta-feira (26) não havia suspeitos.

ACOMPANHE JOINVILLE AO VIVO !

Escolha o Idioma