Reforço do policiamento e monitoramento dos terminais e linhas do transporte coletivo consideradas vulneráveis estão entre as principais medidas
Foto: Diorgenes Pandini / Agencia RBS
A Polícia Militar de Joinville reativou nesta quarta-feira a operação Ordem Pública, posta em prática nas duas ondas de atentados ocorridos nos últimos seis meses no Estado, quando criminosos queimaram veículos e promoveram uma série de atentados ordenados de dentro das prisões.
— Se de um lado o bandido costuma chamar de salve geral, por outro a polícia está em alerta. Por conta disso, estamos todos de sobreaviso. E isso só vai parar quando houver uma determinação do comando geral, quando forem identificados os suspeitos —, disse o comandante do 8º BPM, tenente-coronel Eduardo Luiz do Valles Valles, ao anunciar as principais medidas preventivas.
Embora não haja escolta a linhas de ônibus na madrugada, a PM deve monitorar as linhas de consideradas mais vulneráveis e reforçar a segurança desde os terminais. O primeiro passo foi dado à tarde, quando cerca de 50 policiais e 20 viaturas foram orientados no 8º BPM.
A decisão foi tomada depois de dois ataques – um ônibus foi incendiado em São José, na Grande Florianópolis, na segunda-feira, e a Câmara de Vereadores de Itajaí foi alvo de tiros, na noite de terça-feira – e a divulgação de uma gravação com denúncias contra o sistema prisional do Estado e reivindicações de presos não identificados. A gravação tem 6min43s e foi feita dentro da Penitenciária de São Pedro de Alcântara pelo Primeiro Grupo Catarinense (PGC).
A reação da PM, de prevenir possíveis ataques, foi anunciada simultamentamente em outras regiões do Estado.
— São informes que dão conta de que poderá haver mais atentados. O governo está analisando para ver que medidas vai tomar de forma geral. Independentemente do que ocorrer lá na frente, estamos agindo agora. Embora não haja confirmação (de ações criminosas na região neste momento), não vale a pena subestimar —, disse o comandante.
Por enquanto, não haverá alterções nos horários dos ônibus. As empresas entraram em acordo com a PM para recolher os veículos para a garagem durante a madrugada – e não deixá-los com os motoristas que fazem as primeiras linhas da manhã. A PM não informou quais bairros receberão maior reforço.
— Vamos estar nos locais que forem mais sensíveis.Vamos acompanhar os principais horários, mas sem escolta direta. Da outra vez, tínhamos uma escolta específica.
O delegado regional da Polícia Civil, Dirceu Silveira Júnior, que esteve nesta quarta-feira em Florianópolis em reuniões com a cúpula da Segurança Pública, disse, no fim da tarde, que não há determinação para alteração da rotina na corporação no Norte do Estado.
— Por enquanto, não haverá mudanças.
As principais medidas:
- Monitoramento das linhas de ônibus consideradas mais vulneráveis e reforço à segurança a partir dos terminais, nos bairros. Não haverá escolta armada para linhas específicas.
- Reforço no policiamento que já existe nos bairros, especialmente das 16 horas às 4 horas.
- Os ônibus que fazem o transporte coletivo voltarão para as garagens durante a madrugada. Em alguns casos, os veículos ficavam com os motoristas responsáveis pelas primeiras linhas da manhã.
- Rondas ostensivas nos locais considerados de maior risco.
- Sobreaviso geral e remanejamento de horários dos policiais militares.
- Atenção! Não haverá alteração nos horários das linhas de ônibus.
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